O processo de reciclagem de lâmpadas consiste na trituração com separação mecânica e destilação, que permite a valorização quase total dos componentes das lâmpadas, nomeadamente vidro, metal, mercúrio e pó de fósforo.

Assim, no início do processo, as lâmpadas são quebradas em pequenos fragmentos, por meio de um triturador/moinho, o que permite separar o pó de fósforo, contendo mercúrio, dos outros elementos constituintes, o que posteriormente é sujeito a destilação, onde o material é aquecido até a vaporização do mercúrio, para recuperação do mercúrio contido no pó de fósforo (99,99% de pureza). Este resíduo industrial sob a forma de pó, proveniente do processo de reciclagem de lâmpadas fluorescentes foi o escolhido, neste estudo, para avaliar a possibilidade de incorporação noutra fileira industrial e desta forma, possibilitar um destino adequado a este tipo de resíduo.

Para tal, foi realizado um estudo laboratorial e ensaios à escala semi-industrial para o desenvolvimento de produtos cerâmicos a partir da incorporação de resíduos da reciclagem de lâmpadas fluorescentes, nomeadamente, o resíduo industrial sob a forma de pó, resultante da destilação do pó de fósforo contendo mercúrio.

Foi concluído, do ensaio laboratorial, que o resíduo de pó de fósforo, apresenta elevado potencial para ser incorporado industrialmente no setor cerâmico, nomeadamente no setor da construção, em produtos de cerâmica vermelha, tais como, tijolo e abobadilha, numa percentagem máxima de incorporação que não deverá exceder os 10% em peso seco.

No ensaio semi-industrial realizado numa outra empresa cerâmica localizada a Sul , com uma adição de 1-3% de pó de fósforo, constatou-se não terem ocorrido constrangimentos significativos com o processo de incorporação do resíduo, excetuando o facto da amostra incorporada conter uma quantidade de resíduos metálicos de dimensão apreciável, que originou na instrumentação de mistura, extrusão e corte, alguns problemas inesperados.