O processo produtivo da água para consumo humano, ocorre em Estações de Tratamento de Água (ETA) que contemplam uma série de etapas de tratamento que consiste entre outros, em de processos de coagulação, floculação, decantação, filtração, remineralização e desinfeção, consiste deste modo numa, originando inevitavelmente a resíduos, nomeadamente as lamas de ETA, com vários componentes, entre eles o alumínio, o ferro, carbonato de cálcio e ácidos húmicos.

As propriedades das lamas dependem da qualidade da água bruta, e ainda do tipo de tratamento aplicado e dos reagentes utilizados para obter a qualidade pretendida. Face às características físico-químicas e minerais destas lamas, existe um enorme potencial para o seu aproveitamento noutros processos de produção, prolongando o seu ciclo de vida no setor da água substituindo reagentes convencionais e, no sector da construção, como matéria-prima secundária para produção de materiais e trabalhos de pavimentação.

A empresa portuguesa Prélis aposta em novos conceitos de desenvolvimento, dedicando-se à conceção, desenvolvimento e fabricação de soluções construtivas de materiais cerâmicos para a construção. No processo de fabrico, as matérias-primas utilizadas para além da argila e areia, são também usadas lamas de ETA (estação de tratamento de Águas) provenientes da EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A) e ADP (Águas do Douro e Paiva, S.A), em percentagens volumétricas inferiores a 10%.

Os resultados obtidos a nível laboratorial foram positivos, passando a empresa a incorporar aqueles resíduos na sua pasta cerâmica à escala industrial, operação autorizada na respetiva Licença Ambiental.