Boas Práticas | Tijolos e Telhas

Incorporação de resíduos de “negro de fumo” em pastas cerâmicas

  • Setor: Cerâmica

  • País: Portugal (CTCV)

  • Tipo de sinergia: Interorganizações (estudo)

  • Tipo de estratégia: Valorização de resíduos; extensão de ciclo de vida

  • Nível de maturidade tecnológica: Ensaios à escala laboratorial

Boas Práticas

 

O Resíduo de “negro de fumo” obtido em unidades fabris de adubos é essencialmente carbonoso que no seu estado natural de produção (bolo de filtração), possui uma percentagem de humidade bastante elevada, com teores significativos em cinzas e metais pesados (ferro, níquel e vanádio), apresentando-se em agregados de tamanho diverso, de fácil fragmentação mas de difícil desagregação.

 

De forma a promover simbioses industriais e com um pensamento de economia circular, foram realizados ensaios laboratoriais de incorporação deste resíduo em diversas pastas cerâmicas, conducentes à análise comparativa das características após secagem e cozedura das pastas padrão de fabrico de tijolo e a sua evolução com diferentes adições ponderadas do resíduo.

 

Destes ensaios tecnológicos de secagem e cozedura realizados em laboratório concluiu-se que a adição do resíduo “negro de fumo” nas pastas cerâmicas ensaiadas, em percentagens inferiores a 2%, não induz interferências significativas nas características tecnológicas das mesmas, verificando-se mesmo alguma melhoria no parâmetro da resistência mecânica à flexão, podendo desta forma contribuir para uma economia circular, na medida em que, este resíduo irá contribuir para a substituição de matérias-primas naturais.

 

Após os resultados obtidos nos ensaios laboratoriais foram realizados ensaios semi-industriais em várias unidades industriais de tijolo, onde foi incorporado o resíduo em apreço nas respetivas pastas e produzidos produtos cerâmicos, não se constatando quaisquer problemas relevantes com o processo de fabrico de cada uma das unidades fabris.

 

Destes ensaios industriais confirmou-se que a incorporação realizada não afeta as características tecnológicas dos produtos produzidos, enquadrando-se nas exigências normativas em vigor.

• Valorização de um resíduo;
• Redução do consumo de recursos naturais;
• Redução do encaminhamento destes resíduos para deposição em aterro.

CTCV (Unidade de Ambiente e Sustentabilidade)